segunda-feira, 26 de maio de 2008

Um Pará de dar medo

Nem mesmo Nossa Senhora de Nazaré pode mudar a imagem decadente do estado do Pará na mídia brasileira, afinal nas últimas semanas a cada telejornal que começa uma nova informação ruim é destacada no território do estado. Não bastasse a desordem claramente divulgada, os conflitos internos têm se intensificado e deixado cada vez mais espaço para que a região seja taxada de “pavio de pólvora”.

Índios com facões tentam agredir engenheiro da Eletrobrás; Serra Pelada gera conflitos por causa de possível existência de ouro; Trabalhadores bloqueiam estrada de ferro; Mandante do assassinato de Dorothy Stang é absolvido; etc. Essas são apenas algumas das manchetes recentes que expõe a imagem do Pará como uma terra sem lei e sem ordem. Um lugar onde não se faz justiça e não há governo, porém isso não é tão verdade assim, pois governo existe, o que falta é trabalho e respeito pelos direitos de uma população que passa por dificuldades. Os índios que agrediram o engenheiro querem diálogo com o governo federal e estadual, coisa que não tem acontecido e gerou aquela cena grotesca de quase assassinato em Altamira. Serra Pelada nunca deixou de significar esperança para milhões de paraenses que sonham com uma vida melhor, na época em que o garimpo estava em seu ápice a região foi um local rico e prospero, diferente da paisagem de hoje que mostra o quanto não houve preocupação com as pessoas que ali permaneceram. Os trabalhadores rurais que interditaram a estrada de ferro também lutam pelos seus direitos junto ao governo, mas o problema é que a justiça é tão lenta que, é necessário agir antes que certos processos sejam engavetados, assim como o caso do mandante do assassinato da missionária americana Dorothy Stang que está livre, enquanto que seu empregado, que disparou os tiros, está na cadeia pagando pelo seu crime.
O problema não é o estado do Pará e sim como ele está sendo conduzido, o abandono evidente por parte do estado causa tais situações e deixa toda uma população refém das injustiças estabelecidas nas regiões pobres do estado. Trabalho escravo é uma realidade. Quando aparece na televisão soldados do exercito resgatando trabalhadores da mata, tudo parece que está ocorrendo bem, porém se houvesse realmente fiscalização e preocupação com as questões agrárias e de emprego, não se gastaria dinheiro nessas operações e muito menos tempo para tirar tais pessoas da realidade permanente e inerente de um estado que pode ser melhor se seus governantes saírem do salto e prestarem atenção nas necessidades da população e não no seu voto.


Por Fábio Barbosa
blogdofabio@hotmail.com
Imagem: Blog do Fábio

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