domingo, 13 de setembro de 2009

Perfil: Willian Bonner

Ele é apresentador e editor-chefe do telejornal de maior audiência do Brasil e neste ano lança seu primeiro livro contado como funciona os bastidores do Jornal Nacional. Formado em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo (USP), Willian Bonner começou sua carreira desde cedo na faculdade como redator publicitário. Trabalhou na Rádio Universidade de São Paulo FM, na TV Bandeirantes. Em 1986 foi convidado para trabalhar na Rede Globo como apresentador do jornal local em São Paulo, de lá apresentou o Fantástico, o Jornal da Globo, o Jornal Hoje até chegar ao JN. Entre as passagens mais importantes de sua carreira estão as entrevistas do presidente Fernando Henrique Cardoso, direto do Palácio da Alvorada es em 2002 o presidente Lula, após a vitória. No início deste mês, ele lançou “Jornal Nacional - Modo de Fazer”, um livro em homenagem aos 40 anos do noticiário mais importante da televisão brasileira. Na noite de autógrafos do livro conversamos com ele.


Fábio: O que narra o seu livro?


Bonner: “O livro dos 35 anos aborda a história do Jornal Nacional, seus acertos e erros. O Jornal Nacional - Modo de Fazer é justamente o que diz o nome. Como é que nós fazemos normalmente cada uma das edições do JN. Bem diferente do outro! Eu acho que vai ser de grande utilidade para estudantes de jornalismo, mas também que para pessoas que tem a curiosidade de saber como são os bastidores.”

Fábio: Como nasceu a idéia do livro?

Bonner: “É uma honra pra gente! Nós somos na verdade herdeiros de um produto que foi constituído por um time de profissionais de primeira grandeza, Armando Nogueira, Alice Maria, na apresentação Cid Moreira e Sérgio Chapelin. Nós herdamos isso, eu herdei um pouco dessa equipe fantástica em 1996. O que eu estou fazendo agora, lançando este livro, é uma prestação de serviço para os estudantes e a sociedade em geral. Faltava na biblioteca relativa ao Jornal Nacional um livro que mostrasse exatamente como é que a gente faz o JN todos os dias. Quais são os critérios da seleção de assuntos, coisa que desperta muito a curiosidade das pessoas. Procurei fazer o livro da maneira mais didática o possível para o público. E espero não ter me tornado massante, pois às vezes isso ocorre quando tentamos ser didáticos. Também é uma mania de telejornalista. Telejornalista tem essa mania de ser claro o tempo todo.”

Fábio: E o novo cenário do JN, vocês gostaram do resultado final?

Bonner: “Nos estamos muito orgulhosos com o resultado do cenário construído pela equipe do Alexandre Arrabal, diretor de arte do jornalismo da Globo. E na verdade estamos de lua de mel com o cenário e o formato do jornal ficou tão agradável pra gente, ficou tudo tão mais gostoso. Na bancada existe a chamada ergonomia, fato por que o Alexandre pediu nossa ajuda no desenvolvimento dela. Dissemos assim, queremos uma mesa que não fuja dos apresentadores, nós queremos uma mesa que abrace os apresentadores de tal maneira que pra qualquer lado que a gente olhar a gente vai ter o lugar pra apoiar os braços. A altura da mesa em relação a cadeira, a posição do computador em relação as câmeras, são detalhes que nunca tinham sido pensados antes, por que são necessidade novas. Essa de ter um computador voltado em uma posição adequada em relação as câmeras é uma exigência muito nova, porque? Por que computador em bancada de apresentador no Brasil existe desde o ano 2000 no Jornal Nacional.”

Fábio: Quem é mais durão, você ou Fátima?

Bonner: “A Fátima é mais durona, eu sou mais manteiga derretida.”

Fábio: Existe receita para fazer um Jornal de Sucesso?

“Não. A receita do Jornal Nacional se modificou ao longo dos anos em alguns detalhes, agora o que existe é um compromisso muito grande, um compromisso de 40 anos e o público brasileiro percebe isso no JN. Mostramos todos os dias o que de mais importante aconteceu no Brasil e no Mundo, independentemente do tempo disponível. Isso é feito com clareza, coesão com pluralidade de opiniões. Nosso objetivo é esse e acho que o publico percebe isso. Eu não tenho outra explicação para o fato de o JN ser sucesso. Temos um ambiente exponencial, temos cinco grandes redes e o JN tem a audiência que tem. É pra lá que em geral as pessoas correm quando uma grande notícia acontece no meio do dia. Todo mundo liga no JN para ver aquilo. É normal que seja assim, nós todos fazemos isso, por que são 40 anos”.

Fábio: Que mudanças aconteceram nesses 40 anos?

Bonner: “O que eu acho muito legal é perceber que aos 40 anos muita coisa mudou. Perceber que ele é versátil e que é possível imaginar coisas novas para ele. Seria muito ruim se você fizesse nesse período, um produto engessado, sem imaginar uma novidade para colocar no ar”.


Por Fábio Barbosa
Foto: Divulgação TV Globo

1 Comentários:

Rafael Cavalcanti de Faria disse...

Fala, Fabão! Parabéns pelo furo! Entrevistar o cara não é para qualquer um!

Mandou muito!

Abração!