Fábio: A Advocacia sempre foi dominada por homens durante muito tempo, mas atualmente abre espaço para as mulheres, como é ser uma mulher advogada?
Ana: "Eu hoje já não vejo tanta dificuldade. A mulher foi conquistando o seu espaço, não foi de graça, não tenho estatísticas, mas vejo que as mulheres estão avançando. Fato da evolução do direito da mulher, podendo estudar, exercer profissão lucrativa, competindo com o homem no mercado de trabalho, até mesmo cargos eletivos. A mulher não faz pior do que o homem e ser advogada até em alguns ramos de direito, as pessoas preferem as mulheres. Assim como também em alguns ramos da medicina, as mulheres preferem as mulheres."
Fábio: Ainda existem preconceitos?
Ana: "Existem... mas não é só na questão do direito. Não é só na carreira jurídica. Um exemplo muito simples é quando por ventura uma mulher dirigindo um veículo faz alguma coisa – só podia ser mulher! A despeito desse ainda resquício de preconceito é muito bom ser mulher. A mulher não tem demérito algum ao homem, mas o privilégio, por exemplo, ser mãe."
Fábio: A senhora sempre quis ser advogada?
Fábio: A senhora sempre quis ser advogada?
Ana: "Na verdade não a advocacia, pois eu amo ser professora, mas o direito. Conhecer o direito é muito interessante mesmo que não seja para exercer efetivamente a advocacia. Existem inúmeras carreiras jurídicas e eu digo, por exemplo, que em Santarém nós temos três instituições com o curso de direito e isso não é ruim, por que melhora o entendimento das pessoas a respeito dos seus próprios direitos e da cidadania."
Fábio: Além de atuar na área do direito, a senhora também atua como professora do curso, qual o desafio para formar bons profissionais?
Fábio: Além de atuar na área do direito, a senhora também atua como professora do curso, qual o desafio para formar bons profissionais?
Ana: "Veja o seguinte, a instituição, por que é sua obrigação, procura oferecer o melhor. Mas assim como o seu coração não abre por fora, ele só abre por dentro. Então da mesma forma acontece com o aluno, com a pessoa, então por mais que haja vontade, responsabilidade, comprometimento, não basta haver incentivação, é preciso motivação e isso é interno. Se você me perguntar se precisa melhorar alguma coisa, eu digo que sempre precisa melhorar! Mas receita para formar bons profissionais é um conjunto do qual o candidato a ser um bom profissional tem uma parcela significativa de responsabilidade."
Fábio: Como funciona sua gestão à frente da OAB?
Ana: "Estou tranqüila, o grupo gestor, os nossos diretores, os conselheiros, são muito coesos. O fato de Santarém ser uma subseção que não comporta apenas a sede do município, ou seja, os demais colegas que atuam em Óbidos, Alenquer, Oriximiná e Monte Alegre, estão vinculados à subseção. Então isso torna o trabalho maior. Considero que o que foi proposto como meta de campanha está sendo feito paulatinamente. É possível que os apressadinhos já queiram todo o resultado. Um resultado que se obteve em seis anos não pode ser o mesmo de um ano e meio. Até por que as pessoas têm forma de administrar diferente, particular. Mas eu considero que a gestão está tranqüila, tem feito analises, não se pode fazer tudo. Não se pode, por exemplo, substituir as funções que são próprias ao estado, faz-se a defesa das prerrogativas profissionais, no combate a violência, através das comissões de trabalhos e assessoramento. A ordem vem fazendo um trabalho que, poderia ser melhor se todos dispusessem um pouco mais de tempo. Mas vontade não falta."
Fábio: A prova da OAB deixa muitos dos futuros advogados com receio, o que fazer para passar no exame?
Ana: "O MEC está cobrando e as instituições estão fazendo, mas no fundo isso é um processo. É verdade que muitos bacharéis em direito já saem com um certo pânico para fazer o exame de ordem. Outros nem tanto. As instituições tem procurado melhorar, agora há uma dificuldade muito grande que, é própria desta região, no que se refere ao corpo docente. Nós temos poucos mestres e doutores, por que estamos longe dos grandes centros. O que nós vemos muito é advogados que trabalham o dia todo no seu escritório e a noite vem para a sala de aula. Mais isso não é tão negativo por que o fato de eles exercerem a advocacia e virem para sala de aula, possibilita que tragam as suas experiências cotidianas."
Fábio: Trabalhar na FIT como diretora do CESA é mais um desafio em sua vida?
Ana: "É mais um desafio! A direção do centro lida com os coordenadores, mas também com os professores e com os alunos. O universo vai ficando um pouco maior, mas como temos coordenadores competentes, sérios e comprometidos não é tão difícil de conduzir esse trabalho."
Fábio: Considerações finais...
Ana: "Eu cumprimento Fábio Barbosa que mesmo distante de Santarém, não esquece a cidade e, principalmente não esquece a FIT e as pessoas que integram essa família. Eu fico bastante feliz de poder estar conversando com você que, eu vi garoto começar no Curso de Comunicação Social e agora está procurando um crescimento maior, uma oportunidade em outros centros bem mais avançados. Espero que retorne para Santarém, melhor ainda como mestrado, pra contribuir exatamente no curso e na instituição onde iniciou."
Fábio: Considerações finais...
Ana: "Eu cumprimento Fábio Barbosa que mesmo distante de Santarém, não esquece a cidade e, principalmente não esquece a FIT e as pessoas que integram essa família. Eu fico bastante feliz de poder estar conversando com você que, eu vi garoto começar no Curso de Comunicação Social e agora está procurando um crescimento maior, uma oportunidade em outros centros bem mais avançados. Espero que retorne para Santarém, melhor ainda como mestrado, pra contribuir exatamente no curso e na instituição onde iniciou."
Por Fábio Barbosa
Foto: Agência FB
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