terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A Dinastia de Fidel

Realmente, hoje temos mais uma prova de que este mundo anda de cabeça para baixo. O general Raúl Castro, irmão do conhecido Fidel, foi eleito (democraticamente, diga-se de passagem), como novo presidente da ilha de Cuba. Depois da renuncia do ditador nesta semana, já se sabia o que essa história acabaria assim. Além a coincidência de Raúl ser o único a se candidatar.
Suas primeiras palavras como novo ditador, quero dizer, presidente, foram de que “é necessário manter a revolução”, e que Fidel “é insubstituível”. Com tanta amizade entre os irmãos não será estranho que certas decisões sejam determinadas, a nível de consulta, pelo antigo líder revolucionário. Raúl Castro sabe que com a saída do seu “mano” do poder, muita coisa pode mudar na ilha, fazendo com que a população tenha vontade de experimentar a democracia, coisa que há tempo não se vê por lá. Com 76 anos de idade, dos quais 49 são de total dedicação à manutenção do poder instituído em Cuba, ele pode ser o último presidente escolhido em assembléia de partido.
É fato de que há muito tempo é necessário modificar a situação do país, porém com a figura intocável de Fidel, isso não era possível, mas agora com essa decadência visível do regime ditatorial é possível imagina a construção de uma nova Cuba, distante da atual estagnada no tempo.
As conquistas do governo cubano, como educação e saúde pública de qualidade, podem servir de base para o nascimento da república na ilha, mas isso ainda parece sonho diante da dinastia que Fidel Castro deixa no governo. Raúl pode não ser o melhor dos homens, mas com certeza é um dos piores, afinal ele foi durante anos o ministro de guerra e, responsável pela perseguição aos opositores do governo. Se ele agir como em seu tempo de perseguidor, Cuba cairá novamente no destino cruel de desaparecimentos e assassinatos misteriosos. O povo cubano já está acostumado com isso, mas um possível retorno dessa forma primitiva de alienação e construção de uma falsa cidadania, pode desencadear uma nova revolução, dessa vez contra o idoso Fidel e seus agregados.


Por Fábio Barbosa

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