quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Deputado Santareno cobra uso da fibra ótica da Eletronorte em cidades do Oeste do Pará

Em pronunciamento da Tribuna da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (04/12) o Deputado Lira Maia (DEM-PA) defendeu a liberação por parte da Eletronorte do cabo de fibra ótica instalado a quase dez anos na região Oeste do Estado do Pará cortando a região transamazônica acompanhando a linha de transmissão Tramoeste.

Segundo o Parlamentar, a explosão na área da comunicação, com a popularização da Internet e da telefonia celular, ocorrida nos últimos 15 anos, levou os países a buscar sempre as melhores tecnologias para atender a crescente demanda de suas respectivas populações.

Em julho de 1999, a inauguração da linha de transmissão do Tramoeste, levou até as cidades do Oeste do Pará, além da energia elétrica de Tucuruí, uma rede de fibra óptica, utilizada pela Eletronorte para sua comunicação interna. Segundo relatou o Deputado Lira Maia, diversos técnicos da área de telecomunicações, o uso de uma rede dessas apenas para serviços internos equivale a dar um tiro de canhão para matar uma mosca.

Apesar de não ser uma invenção recente, pois suas primeiras utilizações práticas datam de 1976, a fibra óptica ainda é considerada a melhor e mais barata tecnologia para a transmissão de dados. Sua capacidade teórica está estimada em 50 Terabits por segundo, ou seja, mais de um milhão de vezes a capacidade de um cabo metálico.

O Deputado ressaltou ainda que, conforme informações desses técnicos, “a rede existente poderia atender toda a demanda existente no município de Santarém, em Itaituba, nos municípios da região da Transamazônica e em todos os municípios por onde passa a linha de transmissão da energia elétrica de Tucuruí. O cabo instalado pela Eletronorte, praticamente ocioso há quase dez anos, teria capacidade de prover todos os serviços de dados para a citada região, tanto para acesso à internet quanto para serviços de telecomunicações em geral como transmissão e recepção de sons e imagens”.

“Hoje, a região oeste do Pará está imensamente prejudicada por falta de meios para transmissão de dados, principalmente para acesso à internet. As empresas sofrem com a lentidão de seus acessos e pelos elevados custos, já que a transmissão via satélite é extremamente lenta e cara. Muitas destas empresas não conseguem sequer ter um link dedicado, já que o mesmo chega a custar até dez vezes mais do que um link de igual capacidade, transmitido por fibra óptica. As grandes corporações que atuam na região também têm prejuízos e causam transtornos aos seus usuários por não possuírem outra alternativa a não ser o meio de transmissão de dados via satélite, como são o caso das operadoras de telefonia, provedores de internet, bancos comerciais e outros”.

O Deputado Lira Maia lamentou que o Projeto Cidades Digitais, celebrado entre o Governo do Estado do Pará e a Eletronorte, para uso de sua rede de fibra óptica, para interligar a região metropolitana de Belém com cidades do Sul e Oeste do Pará, através de uma infovia estadual a ser implantada se limita em utilizar a rede de fibra ótica apenas para a instalação de infocentros na rede pública do Estado e telecentros que seriam geridos por associações comunitárias, para possibilitar o acesso a pessoas carentes, ou seja, seria para uso exclusivo do Estado, continuando de fora, sem poder ter acesso à transmissão de dados pela rede de fibra óptica todas as empresas de telefonia e provedores de internet, que continuariam totalmente dependentes da transmissão via satélite que é lenta e cara.

“Meu pronunciamento tem como finalidade chamar a atenção dos órgãos responsáveis, principalmente do Ministério de Minas e Energia, ao qual se encontra vinculada a Eletronorte e da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), que regulamenta o setor, para que seja disponibilizado esse serviço para as empresas que operam na cidade de Santarém e em todos os municípios da região oeste do Estado do Pará, possibilitando a interligação da região com o restante do país e do mundo por meio de cabos de fibra óptica, inúmeras vezes mais eficientes e bem mais barato que a transmissão por via satélite que hoje é utilizada” concluiu o Deputado Lira maia.

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